
Como ensinar crianças a tomar decisões:
porque a escola sozinha não chega
A educação para autonomia começa com treino de escolhas reais.
A escola dedica-se a transmitir conteúdos, treinar memórias e preparar exames. Essa função é valiosa, mas insuficiente.
Na vida real, ninguém entrega uma folha de múltipla escolha quando uma criança precisa decidir se denuncia um comportamento injusto, se resiste a uma amizade duvidosa ou se organiza entre estudo, desporto e descanso.
Quando a aprendizagem fica limitada à repetição de respostas certas, perde-se o treino de algo essencial: a tomada de decisão.

O que a ciência ensina sobre decisões
A investigação mostra que decidir bem não é talento inato, mas uma competência treinável.
Daniel Kahneman explica que equilibrar o pensamento rápido e o pensamento lento é chave para escolhas acertadas.
António Damásio sublinha que emoção e razão andam juntas: sem sentir, não se decide.
Gerd Gigerenzer mostra que heurísticas simples, bem usadas, podem superar cálculos complexos.
Do ponto de vista da neurociência, o córtex pré-frontal — responsável por avaliar consequências e controlar impulsos — só atinge maturidade plena por volta dos 25 anos. Cada oportunidade de decisão na infância e adolescência é, portanto, um treino neurológico real.

A infância como laboratório de escolhas seguras
É nas pequenas escolhas do quotidiano que se treina a autonomia:
* Decidir se gasta a mesada em algo imediato ou se poupa para algo maior.
* Escolher se vai dormir cedo para ter energia no dia seguinte.
* Negociar com colegas regras de um jogo no recreio.
Estes erros e acertos funcionam como vacinas emocionais: experiências controladas que preparam para escolhas maiores no futuro. Se uma criança nunca erra em pequeno, o primeiro confronto sério pode surgir apenas na vida adulta, com impacto mais pesado em carreira, relações e finanças.

Como ensinar crianças a decidir (em casa e na sala de aula)
Pais e professores podem criar oportunidades de treino sem acrescentar peso extra à rotina:
- Em casa: deixar a criança escolher entre duas opções de jantar, gerir parte da mesada ou decidir o programa de fim de semana.
- Na escola: propor dilemas rápidos no início da aula (“E se tivéssemos apenas 10 minutos para estudar, o que priorizarias?”).
- Em ambos os contextos: incentivar a justificar escolhas, ouvir consequências e aprender com os erros.
É importante validar: é normal que uma decisão pareça difícil e é natural que nem sempre haja tempo para grandes debates. O treino não depende de quantidade, mas da constância de pequenas escolhas.
Do jogo à vida real: o exemplo do L.O.T.
No Leaders of Tomorrow (L.O.T.), defendemos que educar é dar espaço para decidir, assumir riscos e aprender com as consequências.
O jogo Hunters foi criado com esse objetivo: cada missão apresenta dilemas sem resposta única. Cada escolha abre um caminho, e cada caminho traz ganhos e perdas.
Assim, as crianças treinam a decidir com informação incompleta, a gerir pressão e a lidar com consequências — competências essenciais para autonomia, liderança e cidadania.
As escolhas de hoje, o resultado de amanhã
Educar não é apenas transmitir respostas pré-definidas: é treinar escolhas.
Se procura estratégias práticas para treinar tomada de decisão nas crianças, subscreva o Jornal L.O.T. ou conheça o jogo Hunters — ferramentas criadas para transformar decisões do quotidiano em aprendizagem para a vida.